GDSolar avança no Mercado Livre, com projetos para Autoprodução

GDSolar avança no Mercado Livre, com projetos para Autoprodução - GDSolar

Por Luciana Collet – AE ENERGIA

São Paulo, 22/01/2021 – Criada há cinco anos com estratégia inicialmente focada em desenvolver projetos de geração distribuída, a GDSolar dá um novo passo em 2021 e passa a desenvolver projetos um pouco maiores, de autoprodução, para clientes no mercado livre.

O primeiro contrato desse tipo foi acertado com a Sky, viabilizando uma usina de 7 MW no interior de São Paulo, mas o plano da empresa é avançar nessa frente, com clientes que não se encaixam no modelo já consolidado de geração distribuída, mas também não têm demanda tão grande como os contratos de autoprodução que se observam tradicionalmente no mercado livre, que a empresa classifica como “middle market”.

“A demanda que a gente imagina é crescente, porque o mercado está em ebulição”, afirmou o diretor-presidente da GDSolar, Alexandre Gomes, ao Broadcast Energia. “Quando você é um grande consumidor de energia, tem muitas alternativas, quando é um consumidor importante como a Sky, mas não tem tanto volume energético, as alternativas não são tantas, mas é aí que a gente se posiciona”, completou.

Segundo Gomes, já existem tratativas comerciais avançadas para contratos semelhantes a serem anunciadas em breve. “Temos um pipeline grande”, comentou. De acordo com ele, a expectativa é de que nos próximos dois anos a companhia alcance 200 MW em usinas nesse modelo, com projetos com capacidade de até 30 MW.

A GDSolar sempre atuou com usinas dedicadas a clientes, principalmente empresas de telecomunicações e de varejo, realizando o investimento na construção dos projetos e repassando os empreendimentos na forma de arrendamento, com a transferência da posse para o cliente. Mas até agora, os projetos desenvolvidos envolviam a adesão do cliente ao sistema de compensação estabelecido por meio da resolução normativa Aneel nº 482, que regulamenta a geração distribuída.

Por este modelo, a produção gerada na usina é utilizada em uma ou mais unidades consumidoras do cliente, instaladas na mesma área de concessão. Eventuais sobras de energia se transformam em créditos que podem abater o consumo de meses subsequentes. Mas a empresa vem enxergando novas oportunidades, adaptando o modelo para clientes que não se encaixam nos parâmetros estabelecidos pela resolução 482.

No caso da Sky, um dos fatores determinantes para adotar o modelo de autoprodução no mercado livre, em vez de um sistema de geração distribuída pela resolução 482, está na classe tarifária atendida, que é a “A4”. Neste caso, explica Gomes, a viabilidade financeira é melhor no ambiente de contratação livre.

Mudanças na regulamentação

O segmento de geração distribuída passa hoje por um momento de incerteza, tendo em vista a discussão relacionada a uma revisão da resolução 482 e também à expectativa de andamento de um projeto de lei que garanta maior segurança jurídica para os investimentos. A depender do resultado final dessas discussões, alguns modelos, como o de geração remota proposto pela GDSolar até agora, podem se tornar menos viáveis.

Mas Gomes garantiu que a discussão não interferiu no plano atual de avançar para a viabilização de projetos não atrelados à resolução. “O planejamento estratégico nosso sempre foi, desde o começo, iniciar por 482, que era a oportunidade mais premente que enxergávamos, mas a empresa foi concebida para mercado livre, nem se falava em mudança de resolução”, disse.

“Nossa visão, quanto concebemos a empresa, é que uma das alternativas para o setor elétrico brasileiro é fomentar a geração de energia de forma distribuída, não importa se estamos falando de 200 MW, de 100 MW, de 50 MW, de 30 MW, de 10 MW ou de 7 MW. E percebemos que esse modelo tem avançado no Brasil com a fonte solar, porque não tem nenhuma outra fonte com a capilaridade da solar”, completou.

No que diz respeito às discussões em torno da regulamentação da geração distribuída, Gomes disse acreditar que o setor e o regulador começaram a convergir para um equilíbrio. “Talvez os projetos não tenham mais o retorno que se tinha dois anos atrás, mas a realidade vai mudando, você vai dando escala e a gente vai se adaptando, e no fim do dia o cliente final sai beneficiado”, disse. “Isso que interessa, deveria ser o interesse comum de todos.”

O presidente da GDSolar defendeu, no entanto, celeridade na definição das novas regras. “O pior cenário é não ter cenário definido, porque isso causa uma aceleração no processo desnecessária, as empresas começam a se movimentar para fazer um projeto agora, antes que mude, e isso não é bom, gera uma espécie de ‘corrida do ouro’ que não é boa para ninguém; e tendo cenário estabelecido é questão de ajustar expectativa de investimento.”

Expansão

Além dos planos de expansão no mercado livre, a GDSolar segue buscando crescer com projetos de geração distribuída. Atualmente, a empresa conta com um portfólio de 56 usinas em geração distribuída pela resolução 482, espalhadas por 14 estados, sendo 19 operacionais e 37 em construção, com plano de consolidar todas ainda no primeiro semestre deste ano.

Segundo Gomes, a expectativa para 2021 é acrescentar 100 MW, equivalente a 20 novas usinas, em empreendimentos de geração distribuída no modelo 482. “São usinas que já estão no nosso pipeline bem adiantado”, comentou.

A GDSolar também se estrutura em outras frentes do setor elétrico, como de comercialização, com planos para iniciar as atividades de uma comercializadora varejista, com foco em energia solar. Adicionalmente, a empresa possui um braço para desenvolvimento de infraestrutura para recarga de veículos elétricos, buscando desenvolver projetos para instalação de carregadores, atrelados ao fornecimento de energia solar.

Contato: luciana.collet@estadao.comenergia@estadao.com

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